30 de março de 2018

[Resenha] No Silêncio entre dois Suspiros


NO SILÊNCIO ENTRE DOIS SUSPIROS
Autor: Ayad Akhtar
Editora: Novo Século
Ano: 2014
Páginas: 320


Sinopse: Com que frequência você encontra alguém que transforma sua vida? Hayat Shah foi cativado por Mina antes mesmo de conhecê-la. A bela, inteligente e espirituosa amiga de sua mãe é uma lenda na família. Quando ele descobre que Mina está deixando o Pasquitão para vir morar com eles na América, Hayat fica entusiasmado. Seu pai, descrente do mundo fundamentalista, nem tanto. O que ninguém esperava é que Mina, ao mostrar a Hayat a beleza e o poder do Islã, transforma para sempre a vida do garoto. Em 'No silêncio entre dois suspiros' Ayad Akhtar tece um romance verdadeiramente sensível e excitante sobre uma família mulçumana lutando com fé por seu lugar na sociedade americana.



O livro narra a história de Hayat e sua família paquistanesa que tenta lutar por seu espaço nos Estados Unidos. Sua mãe tem a foto de uma grande amiga, Mina (que mora no Paquistão) e conta tanto sobre ela que ele já a adora antes mesmo de conhecê-la.

Até que alguma coisa grave acontece com Mina e ela precisa de abrigo, ou seja, a família de Hayat recebe Mina e seu filho para residir com eles em solo americano.

Hayat, já encantado pela foto de Mina, cultiva por ela um sentimento terno, porém intenso, que o acompanha no decorrer do livro e traz momentos de ciúme, excitação e carinho.

Mina passa a ensinar Hayat todos os detalhes da fé islã, de forma que o leitor tem acesso a grandes aprendizados. Seu pai, afastado e decepcionado com o mundo fundamentalista, implica muito com o interesse de Hayat pelo Islã e tem atitudes com o garoto que beiram o absurdo.


"- Cresci tendo de memorizar essas coisas - expliquei. - Algumas crianças muçulmanas passam por isso. Decoramos o Alcorão... Somos chamados de hafiz."



A história do livro continua com a tentativa de encontrar um novo esposo para Mina e, no decorrer da história, temos drama, romance, tristeza e muitas revelações.

Narrado em primeira pessoa por Hayat, o autor nos faz compreender muito bem os sentimentos mais profundos do personagem e, através disso, entender melhor como eles mesmos aprendem e praticam a sua fé. 


"O que importa é a qualidade da sua fé. Não o nome que dá a ela."



No decorrer do livro, o leitor percebe as dúvidas, problemas e angústias do personagem, relativos não apenas ao período da adolescência e às novidades do corpo, mas também no que diz respeito à dedicação necessária à religião.

Outro ponto que achei importante foi que o autor nos coloca em contato com as palavras típicas da religião e cultura islã, com seus significados carregados de sensibilidade.

Foi muito interessante perceber o amadurecimento do personagem principal durante o livro e, principalmente, ver a pessoa que ele se tornou no fim de tudo.

Senti falta de mais dinamismo no livro, de grandes reviravoltas e acontecimentos marcantes. O meu ritmo de leitura foi fluido, porém, o livro me deixou na expectativa, no aguardo de uma grande virada, que não aconteceu, o que me decepcionou um pouco.

Apesar desse detalhe, recomendo a leitura a quem gosta de livros sobre o Islamismo, de conhecer novas culturas e, claro, de um romance leve, puro e especial. 


"- A fé nunca teve nada a ver com a minha vida após a morte para mim, Hayat. Tem a ver com encontrar Deus agora. No dia a dia. Aqui. Com você. Esteja você morando em uma prisão ou em um castelo. Doente ou saudável. Tanto faz. É o que os sufistas ensinam. O que surgir em nosso caminho, seja lá o que for, será veículo. Cada vida, não importa se grande ou pequena, feliz ou triste, pode ser um caminho até Ele."





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29 de março de 2018

[Resenha] Caderno de um Ausente

CADERNO DE UM AUSENTE
Autor: João Anzanello Carrascoza
Editora: Cosac Naify
Ano: 2014
Páginas: 128

SinopseNeste segundo romance, a estrutura formal continua a ser a principal pesquisa literária do autor. Como o título traz, o narrador desta história, um homem de cinquenta e tantos anos, escreve em um caderno anotações de vida para sua filha recém-nascida, Beatriz. Temeroso de que não acompanhará a maturidade da filha, uma vez que a diferença de idade é muito grande, o homem se põe a narrar a história da família entremeando por impressões filosóficas e poéticas sobre a trajetória de uma vida. A intenção do pai, porém, não é mostrar uma verdade, mas sim a delicadeza - "e eu só sei, Bia, que, em breve, não estaremos mais aqui, e, enquanto estivermos, eu quero, humildemente, te ensinar umas artes que aprendi, colher a miudeza de cada instante, como se colhe o arroz nos campos, cozinhá-la em fogo brando, e, depois, fazer com ela um banquete".Mas mesmo essas palavras, que compõem pequenos trechos escritos ao longo do primeiro ano de vida da criança, não são suficientes para satisfazer o pai - "eu ia te contar o segredo do universo como quem sussurra uma canção de ninar, mas eu não posso, filha, eu só posso te garantir, agora que chegastes, a certeza da despedida". 

No texto deste "caderno", o leitor pode acompanhar também a inquietação do pai, ao longo de um ano, pela saúde da mãe de Bia, que vive doente e requer cuidados tanto quanto a criança. O leitor irá reparar que o texto diagramado apresenta espaços em branco ao estilo de Dos Passos - além de expressarem os vazios que a ausência já ocupa, são hesitações deste pai ao tentar escrever a educação sentimental para a filha.




Autor: João Anzanello Carrascoza
Editora: Cosac Naify
Ano: 2014
Páginas: 128



O livro é o relato de um pai, que se diz "em idade avançada" para sua filha, Beatriz, que acaba de nascer e teme não conseguir acompanhar seu crescimento, tendo em vista tal diferença de idade.



"(...) vais descobrir por ti mesma que este é um mundo de expiação, embora haja ocasionalmente umas alegrias, não há como negar - as verdadeiras vêm travestidas, é preciso abrir os olhos dos teus olhos pra percebê-las."


De maneira profunda e emocionante, o personagem revela seus medos, suas inseguranças, suas alegrias e lembranças, além de relatar muitos ensinamentos que a filha deve levar para sempre em sua vida.

Achei sensacional um ponto do livro em que o pai apresenta à Bia seus antepassados, através de fotos e explica as características de cada uma daquelas pessoas e o significado delas em sua vida.



"(...) o mistério de cada um só a ele pertence, há regiões nossas às quais nem nós mesmos alcançamos."


Narrado em primeira pessoa, o autor consegue expressar com muita exatidão e realidade os sentimentos desse pai desesperado por anotar, em um caderno para a filha, tudo o que teme não ter tempo de falar mais tarde. Eu ainda não tenho filhos, mas imagino que esse é um medo que passa pela cabeça de todos os pais.



"(...) os filhos não aprendem a amar a mãe, Bia, os filhos amam a mãe desde o início, mas o pai, o pai os filhos têm que aprender a amar, porque sempre estiveram fora dele (...)"


O livro segue uma narrativa quase sem pontos finais e as frases são separadas apenas por vírgulas, de modo a ficar clara a urgência desse pai a cada palavra.

A linguagem é extremamente poética e detalhada, porém muito real, assim, não é cansativa, nem chata, pelo contrário, a vontade é de mergulhar na leitura a cada página.

O livro, que tem as páginas de cor bege rosado, se divide em capítulos não muito longos e algumas páginas e pedaços de páginas são preenchidos por linhas brancas, como se algo tivesse sido escrito e, posteriormente, apagado (como uma espécie de corretivo). Assim também ocorre entre algumas palavras, como se o narrador quisesse consertar algum erro que cometeu durante a escrita. Na minha opinião, essas pausas tornam a leitura ainda mais realista e especial.



"(...) eu sei que a jornada dói mesmo nas estações floridas, eu seu que quase ninguém melhora nesta jornada, Bia, as garras nunca param de crescer em nossas mãos e em nossos pés, apenas se tornam fracas e inofensivas (...)"


Algo emocionante acontece ao final do livro, que nos dá uma grande lição de vida. Esse é o tipo de leitura recomendado para quem gosta de ler, viajar e refletir sobre temas cotidianos e nossa forma de agir e sentir perante o mundo.

Um livrinho curto, que proporciona densidade e leveza na medida certa. Me emocionou tanto que foi difícil escolher os quotes preferidos para colocar aqui para vocês!







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25 de março de 2018

[Filme] Até o último homem


Gênero: Drama/Ficção histórica
Ano: 2016
Elenco: Andrew Garfield, Richard Pyros, Jacob Warner, Teresa Palmer

Dirigido por Mel Gibson, o filme é baseado na história real do soldado Desmond Doss (interpretado por Andrew Garfiel), que foi o primeiro usar o imperativo de consciência para se recusar a tocar em armas e a, literalmente, matar pessoas.

O soldado Doss se alistou para a Segunda Guerra Mundial, tendo em vista que via todos os homens à sua volta fazendo o mesmo. Porém, por questões religiosas, se comprometeu a ser um soldado diferente: ele se preocuparia apenas em salvar seus pares, ao invés de atacar os inimigos.


Não foi fácil convencer aos demais soldados e aos seus superiores de sua escolha. Alguns o tratavam como traidor e ele se tornou até motivo de chacota e bullyng na companhia.

Persistente, aguentou calado a todos esses ataques, pois sua vitória ainda estava por vir!

E assim, já no primeiro dia na guerra, Doss mostra a que veio e, após a sua companhia se retirar do campo de batalha, lá ele permanece e salva mais de 50 homens.

Na batalha seguinte, o mesmo se repete e, assim, homens que já acreditavam estar no fim de suas vidas e abandonados no local, conseguem sobreviver e se recuperar para permanecer em luta, o que, indubitavelmente, traz força ao Exército.

O filme retrata também momentos do namoro e do casamento de Doss, bem como aspectos polêmicos de suas relações familiares, como a com seu pai, que é alcoólatra.


Outra questão também notória no filme é a imensa disputa entre os soldados em treinamento, a ponto de "jogarem sujo" e fazerem qualquer coisa para ser o melhor da equipe.

O filme é simplesmente fantástico, a história de Doss me deixou extasiada não apenas pela força do seu caráter, como também pela coragem de não desistir de nenhum soldado, por mais machucado que se encontrasse.

"Até o último homem" foi indicado a vários Oscar, dentre eles: melhor filme, melhor direção, melhor ator, pela impecável atuação de Andrew Garfield, melhor edição e mixagem de som, tendo levado a estatueta nas duas últimas indicações.


Indico para quem curte filmes de guerra, com cenas super realistas e, claro, histórias reais que envolvam bons dramas, questionamentos pessoais dos personagens e, obviamente, para quem quer se surpreender com uma excelente trama!

E você, já assistiu a esse filme? Se ainda não, trago boas notícias: está disponível na Netflix!!!





15 de março de 2018

[Resenha] Mapas do acaso

MAPAS DO ACASO - 45 variações sobre um mesmo tema
Autor: Humberto Gessinger
Editora: Belas Letras
Ano: 2011
Páginas: 144

SinopseNeste livro, Humberto Gessinger passa o passado a limpo, resgata momentos especiais da sua intimidade desde menino e conta novas velhas histórias dos Engenheiros do Hawaii, nunca antes publicadas. De Passo Fundo a Moscou, passando por "Esparta Alegre", lembranças de um futuro que ele imaginava dão forma a essas linhas conduzidas pelos mapas do acaso. Para saber qualé a dele e da sua poesia, que é pura grandeza a partir de coisas simples, é só embarcar... e seguir viagem...



O livro nos traz lembranças e revelações lindas desde o início da Banda Engenheiros do Hawaii, da qual Humberto Gessinger, além de vocalista, sempre foi principal compositor.

À frente da Banda por tantos anos e atualmente em carreira solo, Humberto reuniu memórias de viagens, turnês, de sua vida pessoal e, até mesmo, dos momentos que o inspiraram para escrever letra e compor melodia de suas músicas.



Quem conhece a banda ou o cantor sabe que estamos falando de músicas profundas que tocam no coração de quem ouve, letras fortes e questionadoras.

"Herdei a mesa de jantar onde minha avó acomodava os 10 filhos. No silêncio da minha casa, agora, tento ouvir o barulho dessas crianças girando o centro da mesa, pegando pedaços de pão, derrubando café com leite."

Através de crônicas muito bem escritas, narradas em primeira pessoa, conhecemos melhor a personalidade desse compositor que nos arranca suspiros em shows e apresentações em geral.

Ele mostra, ainda, muitas conexões e ligações entre assuntos que sequer imaginamos e, assim, nos faz refletir sobre nossas vidas e escolhas.

Particularmente, como fã do Humberto, só posso dizer que peguei um avião e viajei com ele por todos os lugares narrados, com água na boca para ter assistido a vários dos shows que ele menciona.


A edição da Editora Belas Letras está super colorida e impecável como sempre. Em papel especial, temos acesso a várias memórias através de fotos de momentos, detalhes e objetos importantes que fazem parte da história dos Engenheiros do Hawaii.

"Livros comprados, livros de biblioteca e livros emprestados são coisas completamente diferentes. Cada uma com seus atrativos. Os emprestados são os mais estranhos. Sempre trazem um pouco de catequese. Os olhos de quem emprestou vêm junto. A leitura carrega a perspectiva de um futuro diálogo: 'E aí, o que achou?'. Sem falar no pecado mortal que seria não devolvê-los. Tirando todo esse peso, há sempre o bom astral da atitude generosa."

Ao final do livro, a editora ainda nos brinda com os originais das letras de músicas dos Engenheiros do Hawaii e do Pouca Vogal (projeto delicioso desenvolvido por Humberto Gessinger com Duca Leindecker). Muitas delas com explicações interpretações feitas pelo próprio Humberto, partes que depois foram retiradas, frases diversas das que eles levaram a público e muito mais.

Se vale a pena ler? Super recomendo!!! Leitura mais que obrigatória aos fãs da banda, do rock nacional e da música brasileira em geral!



12 de março de 2018

[Desafio 12 meses, 12 cores] Março

Olá, queridos leitores!


Como sabem, o Pacote Literário, juntamente com os blogs MãeLiteratura, da Claudia e o Mundinho da Hanna, está participando do "12 meses - 12 cores", um delicioso desafio que consiste em um post por mês durante o ano de 2018 e cada um tem uma cor como tema, da qual postaremos livros e itens literários.



Para o mês de março, escolhemos o verde! Vamos às fotos?










Gostaram das fotos do nosso projeto? Para participar, é só utilizar a #12mesescoresdl

Não deixe de passar nos outros blogs participantes para conferir mais fotos do desafio (links acima).



Segue a tabela completa de cores! E prepare-se: em abril a cor/tema é marrom.







5 de março de 2018

Especial Oscar 2018



Olá, leitores queridos! Hoje trago para vocês um post especial sobre o Oscar 2018!

A cerimônia de revelação e entrega da premiação dos melhores filmes do mundo aconteceu ontem e nosso blog não poderia deixar passar em branco!

O evento aconteceu no Teatro Dolby, em Los Angeles e, ao contrário do ano passado, não teve grandes erros por parte da produção, como o anúncio equivocado do filme que foi o grande vencedor da noite.

Como já era esperado, "A forma da água" ganhou o Oscar de melhor filme.


O filme nos conta a história da zeladora de um laboratório onde um anfíbio está sendo observado. Elisa é muda e se apaixona pela criatura, desejando liberta-lo do cativeiro.


Confesso que o conto de fadas erótico não me desperta vontade de assistir, devido ao excesso de fantasia. Mas o longa não passou despercebido pelos julgadores que, além de melhor filme, faturou as estatuetas de Melhor Direção, Melhor Design de Produção e Melhor Trilha Sonora Original.

Conforme ocorrido na entrega do Globo de Ouro, a cerimônia do Oscar também contou com vários discursos e manifestações sobre inclusão em Hollywood. Frances McDormand, por exemplo, convidou todas as mulheres indicadas a ficarem de pé.

E parece que as manifestações recentes em torno disso têm surtido algum efeito na cabeça dos julgadores! James Ivory, aos 89 anos, se tornou o mais idoso vencedor de Oscar na história, pelo roteiro adaptado de "Me chame pelo seu nome".

"Uma mulher fantástica", longa chileno que levou a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro, tem como personagem principal um transexual.



E mais um feito histórico na noite de entrega do Oscar: Jordan Peele foi o primeiro negro a ganhar o Melhor Roteiro Original, pelo filme "Corra!".

O prêmio de Melhor Animação Animação foi para o filme "Viva: A Vida é uma Festa" filme que me provocou a curiosidade desde quando assisti ao seu trailer e nos conta a história de um menino que quer ser músico e se aventura pelo "mundo dos mortos" com muito humor!


É... A vida realmente não está fácil para os preconceituosos, não é mesmo?! 

Em breve, teremos posts específicos sobre alguns dos filmes do Oscar 2018. Por isso, não deixe de acompanhar o blog!!!

E você, já assistiu a algum dos filmes do Oscar? O que achou? Me conte nos comentários!





1 de março de 2018

[Resenha] A mentira

A MENTIRA
Autora: Nora Roberts
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2016
Páginas: 489

Sinopse: Shelby Foxworth perdeu tanto o marido quanto as ilusões. O homem que lhe dera uma filha e a vida de uma rainha não era o que ela imaginou que fosse. Após o luto de perder Richard, Shelby descobre as montanhas de dívidas que ele deixou para trás. Descobre que ele era um mentiroso, tão falso quanto o diamante no seu anel de noivado, e que o homem que ela amava não está simplesmente morto. Ele nunca existiu.
Após vender tudo que pode, Shelby parte com a filha de três anos para o sul, buscando o conforto da sua cidade natal. Lá, porém, também encontra a promessa de algo mais: Griffin Lott, um empreiteiro bem-sucedido e determinado a conquistá-la.
Shelby pode até ter sido jovem e ingênua quando se casou com Richard, mas agora está descobrindo sua independência, tomando atitudes sensatas para construir uma nova vida e redescobrindo o que realmente importa. Porém, o passado volta para assombrá-la — e a vida dela e de Griff estão em risco.




Olá, leitores! A resenha de hoje é de "A mentira", livro de Nora Roberts, autora que considero umas das melhores de todo o mundo, adoro os seus livros e tenho vontade de ler tudo o que ela escreve!

O livro nos conta a história de Shelby, uma moça que se casou muito nova e, viúva aos 24 anos, faz  tudo o que é possível para se manter bem, juntamente com Callie, sua filha de 3 anos com o marido.




Sustentada por ele durante todo o período em que esteve casada, o primeiro pensamento que lhe vem à cabeça é de revolta, ele não poderia tê-las deixado, não assim, em um acidente tolo de barco que lhe tirou a vida!


Ocorre que, conforme passam os dias, Shelby descobre que, na verdade, o seu casamento era uma farsa, o homem com quem casou não existe. Richard, aquele que fora seu marido por alguns anos, simplesmente a enganou por todo aquele tempo e ela, indignada, não sabe o que fazer. E nem pode ao menos se vingar, pois ele está morto!

Com muitos credores batendo à sua porta e temendo por sua segurança e de sua filha, ela consegue quitar algumas dívidas ao vender os caríssimos mobiliários de sua casa, bem como algumas de suas roupas e de Richard.

Após resolver essas primeiras pendências, pega horas de estrada e, finalmente, volta para a cidade onde nasceu, onde sua família a recebe de braços abertos após anos com pouquíssimo contato e sem notícias frequentes dela e de sua filha.

" - Sei como é sentir medo. Esse tipo de medo que você falou. Também senti isso, além de uma raiva horrível, imensurável."

Estabelecida na casa de sua mãe, nossa protagonista conhece Griff, que "conquista" primeiro o coração de Callie, já sabendo que, assim, se aproximaria daquela mulher que mexeu com ele desde o primeiro contato.




O livro se desenvolve de maneira misteriosa, o romance entre os dois é leve e gostoso de se ler. Quem está acostumado com a escrita de Nora sabe da facilidade de se ler quase 500 páginas de seus livros em pouco tempo.

"- Estou começando a ver a luz no fim do túnel, Emma Kate. Estou mesmo. Ainda tem alguns obstáculos no caminho, mas vejo a luz."

Gostei bastante da forma como a autora conduziu a história, com muitos dramas familiares sendo resolvidos, bem como com amizades desfeitas e outras refeitas.

Mas, como nem tudo são flores nos livros de Nora, é claro que, ao desvendar os motivos da mentira, Shelby tem contato com tudo o que poderia esperar de pior de seu marido Richard e, neste ponto, o leitor não consegue conter a ansiedade para saber se ela consegue ou não se safar dessa história que deveria ter ficado no passado.

O final do livro é o esperado, mas isso não lhe tira o brilho de ler nas palavras da autora, com a solução de todas as pendências e o fechamento da história de todos os personagens.

Como ocorre sempre, me encantei pelos valores do "mocinho" Griff, pelo modo como ele conduz a vida e, óbvio, pelo amor e dedicação dele com Shelby e, para mim, este foi o ponto alto do livro.

"Griff talvez tivesse passado alguns instantes desejando que  a mãe flertasse com ele tanto quanto a filha, mas um homem não podia ter tudo."

A capa é linda, como é típico nos livros dessa editora. As folhas são brancas e a fonte é relativamente pequena, mas confortável à leitura. Não encontrei erros de edição.

Super recomendo a quem gosta de romances, a curte a autora e creio que seja uma ótima oportunidade de primeira leitura a quem ainda não conhece a escrita de Nora!




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